Existem duas condições a serem consideradas:
Mulheres sem filhos (nulíparas)
Mulheres com filhos (multíparas)
Nas nulíparas o canal cervical é geralmente mais estreito do
que naquelas que já tem algum filho. Isso pode acarretar maior dificuldade para
o médico colocar o DIU e mais desconforto e dor para a paciente no ato
da inserção. Essa diferença é estatisticamente comprovada. Essa dificuldade
pode também ser devida ao diâmetro do tubo de inserção, que varia entre os
vários modelos de DIU.
Corte de útero mostrando canal cervical estreitado
Nas mulheres que já tiveram filhos, ao contrário, o desconforto
é bem menor, com raras exceções.
Evidente que fatores psicológicos e emocionais podem afetar
a sensação de dor, por isso, deve-se transmitir bastante calma no ato de
inserção, o qual deve ser feito com delicadeza e após farta orientação sobre o
procedimento.
Procurar sempre colocar o DIU ou Mirena no período
menstrual, quando o canal cervical se dilata um pouco, para a saída da
menstruação.
Um analgésico antes da inserção é também muito útil na
diminuição da dor no procedimento.
ANESTESIA
Nas mulheres com filhos a anestesia pode ser opcional, mas
nas nulíparas é obrigatória.
Primeiramente, local, com gel ou spray, por
que o colo do útero precisa ser pinçado, para que o DIU fique bem colocado.
Em segundo lugar, um bloqueio anestésico no colo uterino (anestesia
paracervical). A passagem do aplicador pelo canal cervical pode gerar intensas
cólicas e também um reflexo vaso-vagal (vide em próximas postagens).
MODELO DE APARELHO DE TENS
Além dos procedimentos anteriores, nós utilizamos um recurso
que alia a tecnologia com princípios da medicina chinesa. Usamos o aparelho TENS,
também conhecida por neuroestimulação elétrica transcutânea, que é um método
eficaz, seguro e não invasivo de tratamento de dores crônicas e agudas, sem que
seja necessário o uso de medicamentos. O seu mecanismo fisiológico de analgesia
depende da modulação da corrente aplicada à região alvo, ou seja, se forem
aplicados impulsos elétricos de baixa frequência e alta intensidade, são
liberadas endorfinas pelo cérebro ou medula, que são substâncias com efeitos
semelhantes à morfina, levando assim ao alívio da dor. Se forem aplicados
impulsos elétricos com frequência alta e baixa intensidade, a analgesia ocorre
devido a um bloqueio dos sinais nervosos de dor que não são enviados ao
cérebro. Utilizamos os eletrodos do TENS nos pontos energéticos usados na acupuntura,
que promovem uma analgesia na região pélvica e uterina.
O resultado é um alívio acentuado das cólicas, dores e incômodos no ato
da aplicação do DIU, seja ele Mirena ou de cobre.
Após a inserção é normal a presença de discretas cólicas e
sangramento nos primeiros dias. Essas cólicas são controladas com medicações
por via oral.
Palavras-chave: DIU, Mirena, inserção de DIU, dor, cólica, nulípara, nuligesta, canal cervical, anestesia, paracervical, TENS, acupuntura.
Prof. Antônio Aleixo Neto
Mestre em Saúde da Mulher (UFMG)
Master in Public Health (Harvard University)
Master in Public Health (Harvard University)
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