É isso mesmo. As mulheres já nascem com suprimento de óvulos programado para o resto da vida. Ao nascer têm cerca de 2 milhões de óvulos. Na menarca (idade da primeira menstruação) só têm cerca de 300 mil e vão perdendo 300-500 óvulos por mês, independente de tomar pílula, de gravidez etc. Com a idade, a quantidade e qualidade dos óvulos vai diminuindo.
Sabe-se que o ponto máximo da fertilidade feminina é entre os 20 e 30 anos. Após os 35 esta fertilidade vai caindo, até que lá pelos 50, na menopausa, não há mais óvulos disponíveis, o que impossibilita uma gravidez natural.
O problema que se observa hoje é que os casais estão deixando para ter o primeiro filho com mais idade, seja por motivos de carreira profissional ou por motivos pessoais. Mas, a natureza não mudou e pode cobrar seu preço, que é a infertilidade.
O que recomendamos é que, as mulheres que tem objetivo ou perspectiva de ter um filho após os 35 anos, façam o congelamento de óvulos. Pacientes jovens com câncer também devem fazê-lo porque a quimioterapia e a radioterapia destroem os óvulos.
O congelamento de óvulos permite que se conserve óvulos ainda de boa qualidade para se utilizar depois, quando quiser.
Este procedimento consiste no armazenamento dos óvulos em tanques de nitrogênio líquido, após estimulação ovariana e coleta dos mesmos. Quando se quiser, são retirados, descongelados, fertilizados in vitro e implantados no útero.
Antes de fazê-lo, no entanto, devem avaliar a sua RESERVA OVARIANA. Este exame é feito por ultrassonografia e consiste na contagem de folículos antrais entre o 2º. e o 5º dia do ciclo. Estes folículos são como “cápsulas” onde ficam os óvulos.
O número de folículos antrais se relaciona com a fertilidade e com a possibilidade de se fazer indução de ovulação. O ideal é um número acima de 8-10 folículos antrais.
O exame dosagem de Hormônio Anti-Mulleriano não é mais recomendado para esta avaliação de reserva ovariana.
Palavras-Chave: óvulos, fertilidade, congelamento de óvulos, reserva ovariana, contagem de folículos antrais.
Dr. Antônio Aleixo Neto
Master Public Health (Harvard University), Mestre em Ginecologia (UFMG).
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