O que é?
Candidíase é a infecção causado pelo fungo Candida e é uma das queixas mais comuns
por parte das mulheres. Depois da vaginose bacteriana a candidíase é a infecção
vaginal mais frequente e tem sido observado um aumento gradativo nos últimos
anos.
É preciso lembrar que esse fungo faz parte da flora normal
da vagina e está presente também no trato intestinal e na cavidade oral. A cavidade vaginal é colonizada não só pelos
fungos, mas também por diversas espécies de bactérias que vivem em harmonia e
mantendo os mecanismos de defesa adequados para se evitar infecções. Por
diversos motivos ocorre um desequilíbrio nesta flora e a candida se sobrepõe aos outros germes.
A candidíase vulvo-vaginal é muito mais frequente na idade
reprodutiva (15 – 49 anos) sendo rara em crianças e na pós-menopausa, isto por
que ela exige níveis altos de estrogênio. Cerca de 10 - 20% das grávidas
apresentam a doença.
Esporos de candida |
A candidíase é sexualmente transmissível?
Embora a candidíase vaginal esteja relacionada de alguma
forma à atividade sexual ela não é considerada sexualmente transmissível e
geralmente o parceiro não precisa ser tratado, a não ser sintomaticamente.
Quais são os sinais e sintomas?
São típicos: coceira, ardor, vermelhidão da vulva, fissuras,
dor ao urinar e na relação sexual e corrimento esbranquiçado, às vezes se
parecendo com nata de leite.
O que pode causar a candidíase?
Fatores predisponentes
Uso de antibióticos
– os antibióticos podem levar à destruição da flora vaginal normal,
possibilitando o crescimento da Candida.
É muito comum verificarmos uma mulher que foi tratada de infecção urinária ou
sinusite, por exemplo, apresentarem os sintomas da candidíase dias ou semanas
depois.
Diabetes – leva a
alterações metabólicas que podem favorecer o crescimento dos fungos.
Vestuários – o
uso de roupas justas, tecidos sintéticos e jeans pode dificultar a transpiração,
aumentar o calor e umidade local e favorecer a multiplicação dos fungos além de
promover a recorrência da candidíase. Dificilmente se conseguirá uma resposta
satisfatória ao tratamento da candidíase crônica sem a mudança de hábitos de
vestuário.
Corticoides –
diminuem a resistência e assim facilitam o aparecimento da candidíase e outras
infecções.
Anticoncepcionais
– hoje em dia as pílulas são de dose baixa e têm pouca influência no
aparecimento da candidíase.
Hábitos sexuais –
o excesso de relações sexuais pode favorecer o surgimento da candidíase, seja
por trauma, seja pela ação de componentes do sêmen do parceiro. A falta de
lubrificação também favorece a candidíase.
Gravidez – devido
aos altos níveis hormonais ocorre uma predisposição à candidíase.
HIV positivo –
causa diminuição da imunidade e predisposição acentuada à candidíase, inclusive em outros órgãos.
Hábitos alimentares
– a dieta chamada de ocidental é
baseada em muitos condimentos, aditivos, açucares, massas - entre outros
alimentos - que são acusados de favorecerem a candidíase e outras doenças. Por
outro lado, óleo de coco, alho, canela, gengibre e cravo-da-índia são considerados
antifúngicos.
Distúrbios emocionais
- a depressão e o estresse são fatores
que podem baixar a imunidade e predispor à candidíase.
Por que ocorre a Candidíase recorrente ou crônica?
Atingindo de 5 a 10% das mulheres, causa muito incômodo e
desconforto entre essas mulheres. Só é considerado recorrente quando ocorre
pelo menos três episódios no período de um ano.
As causas mais aceitas são o aumento de cepas mais
resistentes de Candida (Glabratta, Tropicallis) ao invés da Candida
albicans, que é mais sensível aos tratamentos convencionais. Também hábitos
de vestuário, uso exagerado de antibióticos, dieta e fatores alérgicos são
considerados como causa da recorrência da candidíase.
Enfim, na candidíase crônica a mulher deve fazer uma reflexão
sobre sua parte emocional, hábitos alimentares, vestuário, hábitos sexuais e de
higiene, senão ficará sujeita a apenas tratar com antifúngicos repetidamente,
sem que consiga uma cura efetiva.
Palavras-chave: candidíase,
candida, fungo, flora vaginal, antibióticos, candidíase recorrente.
Prof. Antônio Aleixo Neto