O anel vaginal (Nuvaring ®) consiste num anel flexível de um material plástico (evatane) que libera 15g de etinil-estradiol e 120g de etonogestrel por dia, para absorção intra-vaginal. O etonogestrel é o metabólito ativo do desogestrel, utilizado em alguns anticoncepcionais orais.
O princípio do anel vaginal é o mesmo da pílula anticoncepcional combinada, mas a administração vaginal dos hormônios pode trazer uma série de vantagens, tais como: menores dosagens do que os anticoncepcionais orais, a ausência de efeitos gastro-intestinais e da primeira passagem hepática, além de não necessitar de uma ingestão diária.
MODO DE USO
Cada anel é para ser usado em um ciclo. Cada ciclo compreende três semanas de uso de anel seguidas de uma semana livre.
Início de uso
Uso prévio de contracepção
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Quando inserir
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Requerimento de se usar um método de barreira nos primeiros 7 dias de uso do anel
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Sem contraceptivos hormonais
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Entre o 1º e 5º dia do ciclo menstrual
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Sim
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Pílula combinada
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No dia seguinte ao intervalo de 7 dias
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Não
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Pílula progestínica
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Qualquer dia
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Sim
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Implante - DIU progestínico
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No dia que o implante for removido
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Sim
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Injetáveis
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No dia que deveria tomar outra dose
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Sim
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DIU com cobre
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Entre o 1º. e 5º dia do ciclo menstrual
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Sim
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INSERÇÃO
O anel vaginal é facilmente inserido e retirado pela própria mulher. Primeiramente a mulher deve buscar uma posição que a permita colocá-lo mais facilmente. Depois, deve comprimir o anel entre o polegar e o dedo indicador, com o anel formando um "8"e empurrá-lo para dentro da vagina, o máximo possível.
O anel vaginal não precisa ficar ao redor do colo uterino, como no caso do diafragma. O seu posicionamento não afeta a sua eficácia. Para retirá-lo, introduzir o dedo indicador na vagina, fazer um gancho e puxá-lo delicadamente.
Uma vez inserido, deve ser deixado na vagina por três semanas e retirado no mesmo dia em que foi inserido. Por exemplo: um anel que foi inserido num domingo deve ser retirado num domingo três semanas depois e colocado outro no outro domingo. É muito fácil.
MODO DE AÇÃO
Como acontece com as pílulas combinadas, o anel vaginal age inibindo a ovulação (supressão da secreção de FSH e LH) e aumentando a viscosidade do muco cervical. A concentração sérica máxima dos hormônios é alcançada aproximadamente uma semana após a inserção do anel, mantendo-se estável, mesmo se o anel for mantido por duas semanas a mais do que o período normal de três semanas.
O retorno à fertilidade é rápido, após a cessação de uso do anel vaginal. O tempo mediano para o retorno da ovulação é de 19 dias.
EFICÁCIA
A eficácia de um determinado método depende do seguimento correto das instruções por parte da usuária. Estudos neste sentido mostram um seguimento correto por 91% e 80% das usuárias europeias e norte-americanas, respectivamente. Naquelas seguidoras do protocolo o Índice de Pearl (número de gravidezes por 100 mulheres no período de um ano) é de 0,40, contra 0,65 das usuárias com alguma falha de seguimento do mesmo. Lembremos que a pílula anticoncepcional pode levar a falhas na casa dos 8% em caso de esquecimento e mal uso.
EFEITOS COLATERAIS
Controle de ciclo: um sangramento de privação equivalente à menstruação ocorre em 98,5% dos ciclos, com uma duração média de 4-5 dias. Em alguns casos este sangramento pode iniciar-se um pouco antes da retirada do anel ou persistir um pouco além da inserção de um novo anel. A incidência média de sangramento irregular e "spotting" (gotejamento de sangue) é de 4,4% nos primeiros 12 meses.
Outros efeitos colaterais mais relatados são: cefaléia, corrimento e náusea. Cada um destes efeitos não ultrapassa 6% das usuárias. A expulsão pode ocorrer em apenas 2,5% das usuárias. O aumento de peso pode ser considerado desprezível, no período de um ano: 0,84 ± 3,81kg. Este aumento é comparável com mulheres usando contracepção não-hormonal ou sem contracepção.
O anel vaginal pode ser ocasionalmente sentido pelas mulheres durante o ato sexual. Os parceiros podem senti-lo com uma freqüência uma pouco maior, mas a grande maioria não objeta que a mulher o use.
CONTRAINDICAÇÕES
São similares às das pílulas anticoncepcionais combinadas.
GRAVIDEZ | ALEITAMENTO < 6 MESES |
FUMANTE > 35 ANOS | HIPERTENSÃO => 140/90 |
DIABETES COM VASCULOPATIA | HISTÓRIA DE TROMBOSE VENOSA/EMBOLIA PULMONAR/AVC |
HISTÓRIA DE CARDIOPATIA ISQUÊMICA | CIRURGIA COM IMOBILIZAÇÃO PROLONGADA |
DOENÇA VALVULAR CARDÍACA COMPLICADA | CEFALÉIA COM SINTOMAS NEUROLÓGICOS FOCAIS |
DISLIPIDEMIAS | CÂNCER DE MAMA |
COLELITÍASE | CIRROSE HEPÁTICA |
TUMORES HEPÁTICOS | DREPANOCITOSE |
SANGRAMENTO VAGINAL SUSPEITO | INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS |
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Os hormônios podem apresentar interações com vários medicamentos, que diminuem a eficácia contraceptiva do produto. Avise ao médico se estiver tomado qualquer medicamento, para que ele possa avaliar a compatibilidade de uso com o contraceptivo hormonal.
Medicamentos que reduzem a eficácia dos hormônios
Podem ocorrer interações com os medicamentos que aumentam as enzimas microssomais, aumentando a depuração dos hormônios esteróides. Este efeito é dose-dependente, sendo assim, quanto menor a dosagem do anticoncepcional hormonal (oral ou injetável), maior a probabilidade de ocorrer gravidez e/ou sangramento de escape.Antibióticos - rifampicina
Anticonvulsivantes, barbitúricos - fenobarbital, difenil-hidantoínas, carbamazepina, primidona, etossuximida, topiramato.
Antifúngicos - griseofulvina
Antidepressivos - hypericum perfuratum
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