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Vejam esta entrevista que demos para o jornal da Faculdade de Medicina da UFMG: https://site.medicina.ufmg.br/inicial/diu-e-alternativa-para-contracepcao-segura/

Dúvidas: Você precisa “descansar” de vez em quando com uso da pílula anticoncepcional?

Falso: Esta é uma das crenças mais comuns sobre a pílula, até mesmo por alguns profissionais de saúde. A ideia de fazer uma pausa da pílula pode ter suas origens no fato de que as pílulas mais antigas tinham altas doses hormonais. Algumas pessoas também acham que esse “descanso” é necessário para manter os níveis de fertilidade. No entanto, não há razão para as mulheres fazerem isto, como por exemplo, descansarem um mês por ano. De fato, o reinício repetido da pílula pode ser mais prejudicial do que a situação relativamente em estado estacionário que é mantida durante o uso sustentado. Além disso, como a maior parte dos efeitos colaterais geralmente ocorrem nos primeiros meses de uso da pílula, ao reiniciar o seu uso, as mulheres podem ter esses mesmos efeitos novamente. Palavras-chave: pílula anticoncepcional, anticoncepcional oral, pausa, descanso. Dr. Antônio Aleixo Neto Prof. Aposentado da Faculdade de Medicina da UFMG. Mestre em Saúde da Mulher – UFMG M

Proteção x riscos da pílula: qual a verdade?

Nos últimos anos a pílula anticoncepcional tem sido alvo de uma intensa campanha contra seu uso, através de redes sociais e de fake news . Este verdadeiro massacre é baseado em alguns poucos riscos que ela pode causar (trombose, enfarto, AVC, câncer de mama), sem levar em conta, em dimensão numérica, contra os inúmeros benefícios além da contracepção que a pílula proporciona. O conhecimento desses benefícios além pode ajudar à escolha mais consciente por parte dos médicos e pacientes do método anticoncepcional mais adequado para cada caso. Sangramento menstrual: Há muito é conhecido que as pílulas anticoncepcionais combinadas podem reduzir em até 50% a quantidade de sangue menstrual. Somente este fato proporciona uma diminuição nos casos de anemia em mulheres que usam a pílula. A minipílula ou pílula progestínica é tomada continuamente e de um modo geral interrompe o ciclo menstrual, diminuindo também a perda menstrual. Cólicas menstruais: Além da diminuição do sa

MEUS ÓVULOS TÊM PRAZO DE VALIDADE?

É isso mesmo. As mulheres já nascem com suprimento de óvulos programado para o resto da vida. Ao nascer têm cerca de 2 milhões de óvulos. Na menarca (idade da primeira menstruação) só têm cerca de 300 mil e vão perdendo 300-500 óvulos por mês, independente de tomar pílula, de gravidez etc. Com a idade, a quantidade e qualidade dos óvulos vai diminuindo. Sabe-se que o ponto máximo da fertilidade feminina é entre os 20 e 30 anos. Após os 35 esta fertilidade vai caindo, até que lá pelos 50, na menopausa, não há mais óvulos disponíveis, o que impossibilita uma gravidez natural. O problema que se observa hoje é que os casais estão deixando para ter o primeiro filho com mais idade, seja por motivos de carreira profissional ou por motivos pessoais. Mas, a natureza não mudou e pode cobrar seu preço, que é a infertilidade. O que recomendamos é que, as mulheres que tem objetivo ou perspectiva de ter um filho após os 35 anos, façam o congelamento de óvulos . Pacientes jovens com câncer també

Tenho mais de 65 anos. Não preciso mais fazer exame de prevenção do câncer?

Isto mesmo. Estamos nos referindo ao exame de prevenção do câncer do colo do útero . Simplesmente interromper após os 65 anos. Lembramos que, a Medicina hoje não pode ser mais exercida na base do “eu acho”, por parte do médico e por “eu quero”, por parte das pacientes. Hoje, a melhor prática chama-se “ Medicina Baseada em Evidências ”. Ou seja, baseada em pesquisas, em trabalhos sérios e revisões sistemáticas. Só então são publicados os protocolos e diretrizes com documentos oficiais de várias entidades nacionais e internacionais, que os médicos deveriam seguir. Pois bem. É um consenso unânime das maiores entidades científicas mundiais: Sociedade Americana do Câncer, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, Força-Tarefa dos Serviços Preventivos dos EUA, Instituto Nacional do Câncer e Ministério da Saúde (Brasil), Organização Mundial de Saúde e outras tantas. Para estas entidades e outras pelo mundo afora não há dúvida: após os 65 anos, há pouca vantagem adicional para